Transformação digital da saúde garante retornos rápidos e mensuráveis no ciclo de receita e glosas das instituições

Por Felipe Scampini*

A eficiência da gestão da saúde é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento e preservação da sociedade. Não à toa, os últimos dois anos de pandemia provocaram uma onda de transformações e de avanços essenciais para a sobrevivência de milhares de cidadãos em todo o mundo.

No Brasil, essa realidade posicionou o mercado de saúde entre os que mais crescem, liderando o ranking nacional de fusões e aquisições, com investimentos bilionários em inovação e soluções capazes de tornar os serviços mais eficientes e cada vez mais abrangentes. Em 2021, essas operações tiveram aumento de 44% em relação ao ano anterior, com valor total avaliado em US$ 440 bilhões, de acordo com o relatório global de fusões e aquisições divulgado pela Bain & Company.

Mas mesmo após tantas notícias, tantos investimentos e a enxurrada de informações sobre o setor, os processos de gestão da saúde e seus mecanismos internos ainda são uma incógnita para a maioria dos cidadãos. Haja vista o próprio mercado de saúde suplementar, utilizado por quase um quarto da população, mas que ainda não é integralmente compreendido por seus próprios usuários – mesmo quando eles são diretamente impactados.

Um grande exemplo de operação desconhecida pelo público geral, mas com grandes implicações na gestão de hospitais e de planos de saúde, é a “glosa”. Este é um dos principais desafios decorrentes das transações financeiras entre prestadores de serviços (hospitais, clínicas e laboratórios, por exemplo) e operadoras de saúde.

Apesar do nome pouco popular, as glosas nada mais são do que a falta de pagamento de um valor faturado pelo prestador à operadora. Na prática, quando uma pessoa realiza qualquer procedimento médico, o pagamento deve ser faturado pelo prestador de serviço, no caso as instituições de saúde, e pago pelo plano de saúde a este prestador. Mas nem sempre é isso o que acontece e os motivos são variados: desde questões burocráticas, como preços e procedimentos cadastrados indevidamente no sistema, até a ausência de autorização ou elegibilidade de um paciente a determinados serviços.

O resultado é que, desde janeiro de 2021 até  agosto de 2022, em um ciclo de cerca de um ano e meio, somente nas 20 principais instituições de saúde do Brasil foi identificado o volume de R$ 1bilhão em itens “glosados”. Esse  dado foi capturado através de inteligência artificial da solução BeeCare, hoje um produto do portfólio Bionexo. 

Um prejuízo altíssimo para instituições de saúde e que tem impactos imediatos para os beneficiários de planos de saúde, entre eles a demora no envio da autorização para a realização de determinados procedimentos. Afinal, quem nunca esperou por horas em um hospital até conseguir fazer uma cirurgia ou, às vezes, até mesmo um simples exame?

Esse é um dos problemas da gestão financeira de instituições de saúde, resultante de sistemas analógicos e altamente burocráticos. É aí que soluções tecnológicas ganham espaço e, consequentemente, investimentos para que possam ser replicadas em alta escala, reduzindo custos para o setor e contribuindo para a melhoria dos serviços para os pacientes.

No caso das glosas, por exemplo, um software – com um conjunto de soluções – já é capaz de automatizar todos os processos relacionados a este ciclo de receitas, da autorização ao faturamento, chegando até a recuperação de valores “glosados”. 

Sendo assim, a transformação digital no segmento de saúde apresenta uma série de oportunidades que podem fortalecer o setor, oferecendo mais qualidade nos serviços prestados aos pacientes. E os tomadores de decisão na esfera B2B estão atentos a este movimento de automatização e eficiência na gestão, um caminho seguro para ajudar um setor em acelerada evolução e expressiva importância no desenvolvimento da sociedade brasileira.

*Felipe Scampini é Diretor Executivo de Ciclo de Receitas Hospitalares na Bionexo (solução BeeCare)